
Como eu poderia imaginar?
Na quarta li um livro inteiro - em um dia! - e fiquei muito orgulhosa de mim mesma. Mas no dia seguinte tive uma crise de estresse/falta de sono/ ansiedade e não fiz nada de útil. Como era aniversário da Juliana, depois do trabalho fui encontrar com ela e a Amanda (outra brasileira) no parque da Tête D'or. Elas tinham comprado queijo, pão e vinho e eu cheguei com framboesa e pringles. Ficamos conversando à toa até umas 19h - agora com o horário de verão aqui tem sol até umas 9 da noite ou mais. Uma hora uns franceses se aproximaram para puxar conversa. Eles acharam que eu era italiana e a Amanda, que na verdade é curitibana, alemã. Depois eles ficaram tentando adivinhar de onde a gente era, até que a Juliana falou: "do país onde tem as mulheres mais bonitas do mundo", no eles responderam prontamente: "ah, do Brasil".
Sexta foi mais um dia de dor de cabeça na Lyon Bleu (escola). Minha professora vai ficar duas semanas de férias, então íamos ter aula a tarde terça e quinta - justamente os dias de gramática. Mais uma vez fui à direção explicar que, por causa do trabalho, eu não poderia assistir às aulas. A proposta foi de reembolso pelos dias perdidos, mas insisti que eu queria as aulas, por já perdia os ateliers (por causa do trabalho e sem reembolso) e em breve faria um exame na Sorbonne. Mais uma vez ouvi que a escola não poderia fazer nada a respeito e bla bla bla. Só que dessa vez a professora tomou as minhas dores e foi conversar com a administração. Graças a ela, hoje comecei o C1, o último nível. Ela me falou que no começo seria difícil, mas que eu teria mais estímulo para estudar - e que ela tinha certeza eu daria conta. No fim das contas eu não fiquei nem um mês no B2... Agora fico no C1 até o fim do curso, em agosto, mas não tem problema, porque o programa é mais flexível. Dessa vez só tinha homem na sala: três alemães e um americano. Mas tem duas colombianas matriculadas que mataram aula e na semana que vem a Juliana muda de nível também.
Falando em Juliana, sábado teve uma festinha na casa dela para comemorar o aniversário. Ela mora num apartamento enorme na beira do Rhône, com uma família de pai, mãe, uma menina de 10 anos e um menino de 12, e sempre outro intercambista - desde que ela chegou já foi um turco, duas italianas e agora uma sueca. Eu e o Thibaut fomos os últimos a chegar, mas a mesa ainda estava cheia de comida. Peguei o primeiro salgadinho que vi na frente e achei que o recheio era uma folha (tipo rúcula), ou uma alga (não era bom, mas também não era ruim), até que a mãe chegou e me falou que era escargot. Se ela tivesse avisado eu nunca teria experimentado, mas eu não tinha achado ruim, entãi até arrisquei comer o segundo (só que ai eu já sabia, então achei um pouco nojento...).
A família é super simpática. Depois que o Thibaut e o pai descobriram que estudaram na mesma universidade, ficaram um tempão falando de trabalho e negócios. Acho que os dois ficaram felizes com a presença um do outro no meio daquele bando de estrangeiro com um francês meia boca. Mais tarde fomos para um bar. Antes paramos em frente à Ópera para assistir um espetáculo gratuito de dança africana (parece que mais cedo tinha tido música brasileira - leia-se axé). Os franceses foram ao delírio com aquele bando de mulher bunduda rebolando... As coreanas ficaram tentando imitar e nós, brasileiros, ficamos assistindo tudo e rindo.
Domingo eu e o Thibaut fizemos o que a gente adora fazer domingo: sair de manhã, comprar coisas na padaria e tomar café-da-manhã-almoço na beira do rio, voltar para casa e dormir/ver filme e sair a noite para comer. Hoje foi aula, trabalho, estudo e sono. Como os outros dias da semanas serão parecidos, provavelmente só volto a postar semana que vem, com novidades de Paris, da prova da Sorbonne e do verão que cada dia mostra mais a cara...
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