segunda-feira, 18 de julho de 2011

C'est bientôt la fin



Só me resta mais uma semana em Lyon. No próximo sábado pego um trem para Zurich, na Suíca, e de lá para Munique, depois Praga, Berlim, Amsterdã, Bruxelas e Londres. Daí volto para Lyon no dia 18 para fechar minha conta no banco e a mala, e no dia 20 às 6h da manhã respiro fundo e vou lá atravessar o oceano.

Assim sendo, meu plano para esse fim de semana era fazer um pouco de turismo, visitar uns museus que ainda não conheço, comprar pralines (amêndoas confeitadas), chocolates e vinhos e começar a arrumar as malas. Mas tem duas semanas seguidas que só chove nessa cidade (sério, não teve um dia sem chuva nesse tempo) e a temperatura registrada pelos termômetros não tem nada a ver com o que a gente espera do verão. Além disso, como no começo de julho começaram as férias escolares na Europa e no dia 14 o grande período de férias na França, a cidade está vazia, abandonada, uma tristeza só - o lado bom é que a semana inteira o movimento na Brasserie foi fraco e eu não fiquei morta de cansada de carregar pratos e mesas.

Ontem fui à Vieux Lyon fazer compras e de lá ia (re)visitar a Croix-Rousse - uma parte igualmente antiga da cidade, que fica numa colina e tem muitas coisas legais para ver, inclusive um segundo teatro romano, menor do o que fica em Fourvière. Só que antes de partir para a segunda parte do roteiro, fui à Praça Terreaux encontrar um ex-colega (da Lyon Bleu) suíço que veio passear em Lyon. Fomos almoçar e ficamos conversando um bom tempo, enquanto o mundo caía em água lá fora.

Ele se chama Jurg (iurg) e é uma das pessoas mais engraçadas que já conheci na vida. Fomos da mesma turma no comecinho do curso e ele veio no meu aniversário. Fiquei muito feliz em revê-lo, pois ele fez parte da turma mais legal que conheci em Lyon. Depois do almoço desisti de fazer turismo e vim para casa. Claro que nem encostei na minha mala, mas atualizei meu CV e criei um perfil no Linkedin, afinal, voltarei para o Brasil sem nem meio real no bolso.

Anteontem saindo do trabalho eu já tinha ido visitar a Croix-Rousse, mas o tempo estava igualmente feio e eu estava sem câmara fotográfica, logo tinha prometido para mim mesma voltar lá ontem. Hoje acordei com um sol lindão batendo na minha cara, mas ele já foi embora, então ainda não tenho programação, exceto um jantar na casa de uma amiga da Geneviève.

Durante a semana não fiz nada de muito empolgante, exceto ter ido assistir "Arrí Potér" (e ter descoberto que na França Hogwarts é chamada de Poudlard). Voltei de Paris e me encontrei sozinha em casa até quinta-feira, pois Geneviève estava na praia com uma amiga. Na escola, começou a temporada "vale a pena ver de novo". A semana inteira a professora só passou vídeos, exercícios e coisas que já tinha visto, daí na sexta, quando ele quis me dar o mesmo material de subjuntivo pela terceira vez eu apelei e fui na direção reclamar. Para minha surpresa, a coordenadora achou um absurdo o que eu contei e disse que ia chamar a professora no canto.

Em Paris também choveu o tempo todo, mas fiquei muito feliz de ver a Lívia. Fui super bem recebida pelo irmão da Geneviève e a esposa dele. Não vi o desfile do 14 de julho, pois cheguei lá a tarde (a passagem era bem mais barata), nem os fogos, porque os dois não moram exatamente em Paris, mas numa espécie de cidade satélite chamada Lozère (20 min de trem do centro). Na verdade trata-se de um bairro residencial que só tem casas e é bem bonitinho e tranquilo.

No primeiro dia fiquei rodando sem destino carregando minha mala para cima e para baixo, pois eles só estariam em casa a partir das 19h e eu havia chegado às 14h. No segundo dia acordei gripada e fui passear nos arredores da torre Eiffeil (porque minha mãe pediu para eu comprar 25 mini torres por 5 euros), depois fui ao museu da guerra (que é uma verdadeira aula de história, bem legal) e mais tarde voltei à torre para encontrar a Lívia, a prima dela e a amiga da prima. No terceiro dia fomos à Fontainebleu visitar um castelo - não tão exuberante como Versailles, mas bem bonito. No quarto dia levantei cedo para ir encontrá-las em casa, mas elas acordaram tarde, demoraram para arrumar e quando finalmente saímos achei mais prudente ir direto para a estação. Passei um pouco pelos arredores e percebi que Paris não é tão grande assim, mas é realmente uma cidades mais lindas do mundo.

Todos esses dias eu estava gripada, desanimada, debaixo de chuva e contando moedinhas na hora de almoçar. Acho que a Lívia ficou decepcionada com minha falta de empolgação, mas é porque ela não viu como eu estava bem pior antes de ir para lá. Não vou entrar em detalhes, mas depois que eu e o Thibaut terminamos, não nos encontramos para conversar ou pelo menos dizer "au revoir", então, obviamente, como eu sou feita de carne e osso e não de pedra, fiquei muito abatida com o fato de ir embora sabendo que talvez a gente nunca mais se veja.

Esse último mês aqui foi difícil, mas por incrível que pareça, vou embora com uma vontade imensa de voltar para enfim fazer meu mestrado em algo relacionado às ciências políticas. Vou fazer de tudo para ter uma bolsa e não precisar mais arrumar sub-empregos e acho que o ambiente universitário será muito mais favorável para a construção de amizades (o problema da escola de idiomas é que a maioria das pessoas fica pouco tempo ou vem em grupos). Além disso vou estudar algo que vai me empolgar e desafiar - por mais que eu ainda cometa erros com a língua, depois de um tempo estudando só francês percebi que realmente a gente precisa de objetivos mais ambiciosos na vida.

Tentarei dar notícias durante o tour, mas não posso prometer nada, exceto que este ainda não será meu último post.

À bientôt.

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