domingo, 31 de julho de 2011

Zurich

Minha ultima semana em Lyon foi melhor do que eu esperava. Alguns dias voltei pra casa direto do trabalho, para arrumar a mala, outros aproveitei pra passear. Quarta fui ao museu de arte contemporânea. Geralmente não gosto de arte contemporânea - quando isso significa pedaços de bonecas dentro duma caixa, arame emaranhado com bolinhas coloridas, etc. Mas para minha surpresa me deparei com uma exposição bem lúcida sobre a Índia, que valeu os 4 euros da entrada. Além disso, o museu fica numa parte da cidade chamada de cité internacional, onde fica a interpol e onde são realizados congressos e coisas do tipo. A arquitetura é um tanto quanto futurista, bem diferente do resto da cidade. Vale o passeio. Saindo do museu fui num piquenique da escola no parque (o tempo ainda estava nublado, mas não choveu) e de lá fui para um bar com umas colombianas e uma venezuelana. Tinha um bom tempo que eu não saía a noite, então foi bem divertido. Sexta peguei meu certificado na escola e fiz caipirinha para o pessoal na brasserie.

Ontem, enfim, acordei cedo e peguei meu trem rumo a Genebra, e de la para Zurique, onde escrevi este post, do iphone - enquanto esperava o trem para Munique. Adoro esse meio de transporte. De Genebra para Zurich ele passa por uma colina e a gente vê o lago Léman e a cidade inteira ao redor. Maravilhoso. 

Cheguei 13h e pouco, mas até descobrir onde era a saída da estação (tarefa não tão simples quando todas as placas são em alemão), arrumar um mapa e me situar (mais dificil ainda em se tratando de alguem que sofre de "estupidez geográfica absoluta"), cheguei no hostel 14h50. 

Antes andei um bocado, com uma mala, uma mochila e uma bolsinha e descobri que fui mais longe do que precisava. Voltei, achei a rua, o número 5, mas em vez de albergue tinha um restaurante italiano. Putz, caí num golpe - pensei. Fiz todas as reservas pelo mesmo site, o hostelword.com, "estou ferrada". Andei prum lado, pro outro, já estava entrando em desespero quando vi uma placa bem discreta escrito "hostel bieber". Ufa! A entrada era numa ruazinha lateral. Mas dai a porta não abria e não tinha interfone. "O hostel existia, mas fechou. Realmente, caí num golpe". Antes de me descabelar completamente, no entanto, um cara chegou, abriu a porta e começou a subir as escadas. A recepção fica no terceiro andar e embaixo é a cozinha do restaurante. Ufa de novo. 

Daí dei graças a Deus também de não ter chegado antes, pois o check-in era só a partir das 15h.   O lugar era apertado, feio, mas limpo. A localização era excelente, na parte velha da cidade, perto de todos os monumentos, bares e restaurantes. 

Troquei de blusa, lavei o rosto, ajeitei minhas coisas e saí para comer e passear. Ao contrário de Genebra, que é legalzinha, Zurique é fantástica. A parte velha, à margem direita do rio, é cheia de ruas estreitas, casas e prédios bonitinhos e super movimentada. A outra margem é puro luxo e glamour. Lojas caríssimas, hoteis a preços igualmente exorbitantes, dúzias de ferraris e BMW's estacionadas... Mas o principal meio de transporte lá são trenzinhos iguais aos bondinhos que existiam no Brasil. Em um deles tinha até um guardinha de uniforme e chapeuzinho.  

Fui à igreja Fraumünster, onde ficam os vitrais do Chagal (proibido tirar foto), ao Cabaret Voltaire (o berço do Dadaísmo), outras igrejas e ao museu Kunsthaus, só que cheguei lá às 17h30 e ele fechava às 18h. Vi algumas obras do lado de fora (inclusive um muro pintado pelo Miró), e depois fui andando meio sem rumo até a margem do rio. Sentei um pouco, depois voltei para perto do hostel, bebi um chá gelado no starbucks e voltei para tomar banho. 

No meu quarto tinham mais 5 mulheres. Só encontrei com elas à noite, e ninguém parecia muito a fim de conversar. O lado ruim de ter ficado exatamente no lugar mais agitado da cidade é que do lado de fora tinha um show de rock, numa praça a poucos passos do albergue. Só consegui dormir quando acabou. 

Hoje cedo as ruas estavam desertas e o starbucks era o único lugar aberto. 11 euros um muffin, uma água mineral e um café expresso. Bem vindo à Suiça. Estou na estação desde 11h, esperando o trem que sai às 13h16. Chego em Munique 17h28.  

Viajar sozinha tem o lado bom, mas é bem triste, principalmente no fim da tarde, quando você não aguenta mais andar e não tem com quem sentar pra tomar ou comer algo. Ainda me restam 19 dias e várias paisagens, museus e igrejas deslumbrantes. Desejem-me sorte!

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